Riba de Castro, ex-sócio do Lira e diretor do documentário Lira Paulistana e a Vanguarda Paulista, sempre acreditou que é preciso criar e aproveitar novas possibilidades de um trabalho chegar ao público. Foi assim que ele, os demais sócios do Lira e todos os artistas que lá passaram agitaram a cena cultural nos anos 80. O importante era fazer!
Riba continua com essa filosofia. Um exemplo disso é que, ao mesmo tempo em que o filme foi lançado nos cinemas, no dia 15 de novembro, ele foi disponibilizado também para aluguel online e em DVD. O material está aí, pronto, ao alcance do público interessado.
Agora, são os extras do filme que estão disponíveis, de graça, na internet. O primeiro deles fala sobre a atmosfera dos anos 80. O que levou o Lira a dar certo? Por que houve aquele encontro de artistas tão talentosos e com vontade de mostrar sua arte, independente de modelos pré-estabelecidos ou da indústria cultural?
Nomes como Nelson Ayres, Laerte Sarrumor, Fernando Meirelles, Pedro Vieira, Marcelo Tas e Luiz Tatit, Kid Vinil, Apoenan Rodrigues, Fernando Alexandre, Gal Oppido, Pedro Mourão, Tiago Araripe, Mário Mazetti, Toninho Prada, Mozar Benedito, Elias Andreato, Glória Flugel e Edith Derdik.
“Vários planetas se alinharam e deu a conjugação dessa geração super rica”, tenta definir Laerte Sarrumor, líder da banda Língua de Trapo. “A ideologia que comandava nossas ações era a vontade, a necessidade de fazer, sem medir consequências”, diz a artista plástica Edith Derdik.
Para Fernando Alexandre, o Fernandão, um dos sócios do Lira, a questão era de união. “Era um tempo no qual ainda se acreditava em projetos coletivos”, diz. “Nossa geração viu os movimentos políticos, sociais e estudantis e depois, no final dos anos 80, vimos que tudo foi paralisado. Nossas lutas foram soterradas”, afirma Glória Flugel, fotógrafa.
Assista ao extra Anos 80